segunda-feira, 29 de julho de 2013

Por onde andei enquanto você me procurava?


O título parece crônica regada a Nando Reis e uma história triste mas é só pra destacar o fato de que ando meio sumida se formos comparar com o ano passado hahaha estou aproveitando de uma surpreendente falta de sono pra contar um pouquinho sobre como foi o meu primeiro período no curso de Publicidade já que amanhã é minha última prova e, se minhas contas estiverem certas (algo duvidoso tanto que fugi pra humanas), meu último dia de aula!

Depois de muito texto, muita reclamação exagerada sobre xerox, passeios de Intercampi e uma tímida ida ao R.U., já estou deixando para trás aqueles tempos de caloura n00b que não sabia nem onde era a Sala de Estudos, e tentando entrar nesse mundo doido de campanhas, flashes e mudanças rápidas pelo qual eu tenho tanto carinho e chamo de PP (Publicidade e Propaganda); foram 4 meses de noites mal dormidas, alguns choros, trabalhos feitos na deadline, uma boa quantia gasta em café, risadas, boa música, cheiro de cigarro impregnado no cabelo daquela vez em que decidi passar o restante da manhã no CACOS trabalhando no briefing do Ponto Pasta, muitos apelidos para professores, muitas reclamações no twitter e... já disse que demos risadas? agora estou finalmente deitando a cabeça no travesseiro sentindo aquela paz de espírito que só não ter mais que ler Hannah Arednt pode te dar.
Quando comecei nessa maluquice toda, eu almejava um campus onde todo mundo era meio hipster, tinha conta no lookbook.nu, curtia Helvetica, aquele filtro Nashville do Instagram, usava suéter étnico, spikes e idolatrava aquele cantor indie que na verdade ninguém sabe o nome. Eu não estava de todo enganada, existem mesmo essas pessoas mas também existe a Fábrica, a Prattica, o calouro de RP e o calouro de Jornal, o André que serve café e um monte de pessoas que você não pode simplesmente rotular. Eu tinha a esperança de só ter aulas cativantes que me fizessem amar publicidade cada vez mais, desvendar o mundo maravilhoso da fotografia e já sair criando campanha, estagiando e com portfólio cheio debaixo do braço mas o que eu encontrei foi um pouco diferente....
Já adianto a calouros e navegantes que, se você quer ser um comunicador, você terá de amar odiar ler... eu não surtei, apesar de que tive a chance, mas é exatamente isso! você precisa amar o que faz mas como bom calouro/veterano/estudante odiar ler cada um daqueles xerox por mais interessante e significativos que eles sejam! Você precisa amar encher a boca para falar de Chatô, Olivetto e Hosbawm fora dos muros do campus mas precisa odiar ter de relacionar eles todos em uma prova (e odiar com razão, afinal de contas, quem tem tempo de ler 21 xerox? Me diz!); você precisa amar o que escolheu fazer mesmo que o Itanel te diga que você vai ser pobre e manipulador mas, relaxa, São Paulo tá só a 400km...
Além de seguir essa premissa querido futuro calouro (estou enchendo a boca para falar isso agora só porque fiz minha matrícula no segundo período hoje), você vai ver que no curso nem tudo são flores, muito menos criar! Você vai ter de trabalhar muito em grupo e vai odiar isso, vai querer bater na pessoa que disse que seu texto ficou bom mas aquele último parágrafo ficou tendencioso ou no professor que te disse que ficou muito "complexo" ou "elaborado", vai querer "enxugar a cara" de quem te falar pra "dar uma enxugada no anúncio" e querer morrer sempre que te perguntarem "o que RP faz?" mas, no fundinho, ser comunicador é isso e, mais no fundo ainda, nós já sabíamos.
Posso não ser jornalista e muito menos a Victoria Tuller, querida escritora para o Rascunhos da Floresta, mas eu sei o que passei nesses últimos meses e que não dá pra colocar tudo isso em palavras sem acabar fazendo alguma piada infame ou reclamando, mais uma vez, do xerox... isso é premissa básica, até a Cici reclama com a gente quando vamos pedir os últimos 6 xerox que vão cair na prova da Rosa, mas eu vou levar esse período com muito carinho porque ele é, de certa forma, um divisor de águas e muita gente já desistiu por conta dele. Admito que em alguns momentos eu tive muita dúvida e me perguntei se era isso mesmo que eu queria mas consegui saná-las lendo "Na Toca dos Leões" ainda mais quando vi um gênio dizer: “De vez em quando eu acordava e pensava: putz, e se eu não tiver mais nenhuma ideia? E se eles descobrirem que eu sou um engano? E se chegar a polícia?” e acabei ficando mais tranquila e vi que é realmente isso que eu quero, poder criar, fotografar, eu amo fazer anúncios! pagos, institucionais ou só mais um trabalho do Bruno, eu adoro poder começar do nada, aquela tela quadriculada do photoshop e fazer surgir um mundo de coisas!
Quando enchi a boca com essas palavras, tomei uma decisão: eu precisava de um portfólio. E agora estou trabalhando nisso. Mesmo correndo com deadline de trabalhos e provas nesse final de período, acabei separando minha primeira campanha do Ponto Pasta (um curso de extensão super legal da UFPR), alguns trabalhos que fiz para o Comics e agora vou a luta; eu quero me consolidar na área de criação e tenho de começar em algum lugar então pensei "por que não" e é por aqui que tenho andado esse tempo todo.
Não sei com que pernas andará o blog mas eu pretendo atualizar sempre que puder! Tinha dois ou três posts prontos em um cartão de memória que, por descuido, acabei perdendo, mas irei tentar recuperar! Tenho destruído meu journal e ganhei livros fantásticos de pessoas mais fantásticas ainda de aniversário e pretendo lê-los e resenhá-los, vamos ver se tenho férias pra tudo isso hahaha espero que não me abandonem e que me ajudem a escolher fotos para ilustrar meus "projetos fotográficos" no portfólio ;D até mais ver!

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